terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Buscando novos caminhos para velhos problemas



:: Osvaldo Shimoda ::

Por que o meu casamento não deu certo?
Por que a minha vida está emperrada, não flui?
Por que a minha vida profissional e financeira não se estabiliza e eu não prospero?
Por que a minha mãe desde criança me rejeita, humilha, destrata?
Por que essa timidez, sentimento de inferioridade, medo de me relacionar com as pessoas?
Por que essa depressão, insegurança, baixa auto-estima, desvalorização, sentimento de incapacidade?
Por que sofro de síndrome de pânico, fobias, ansiedade?
Por quê?

Quando era psicanalista, buscava a causa desses problemas na infância de meus pacientes, pois segundo Freud, o criador da psicanálise, a origem de nossos problemas, conflitos internos, isto é, a neurose, tem raízes em experiências dolorosas, traumáticas que sofremos no período da infância.
No entanto, após longos anos trabalhando com a regressão de memória (conduzi mais de 7000 sessões de regressão), acabei criando a minha própria abordagem terapêutica, a TRE (Terapia Regressiva Evolutiva) - A Terapia do Mentor Espiritual (Ser desencarnado diretamente responsável pela nossa evolução espiritual) - Abordagem psicológica e espiritual breve, canalizada por mim pelos Espíritos Superiores do Astral, e constatei que a origem dos problemas de meus pacientes advém desta vida (infância, nascimento ou útero materno), num percentual de 10% e, em 90% dos casos, a causa vem de outras vidas, portanto, de vidas passadas.
Desta forma, ao passarem pela regressão de memória, os pacientes se conscientizam que os seus problemas, conflitos, fobias, sentimentos de rejeição, maus hábitos, traços de personalidade, como arrogância, prepotência, autoritarismo, baixa auto-estima, sentimento de inferioridade, são oriundos de um passado bem mais remoto, ou seja, de outras vidas e, em muitos casos, se repetem há muitas e muitas encarnações, inclusive na vida presente.

É o caso de uma paciente que, ao revivenciar várias de suas encarnações passadas, veio a descobrir que abreviara sua vida se suicidando em quase todas essas existências e também tentando na vida atual (ela me informou que em sua infância tentou o suicídio tomando "chumbinho"- veneno para matar rato).
O médico que fez a lavagem estomacal da paciente, na ocasião, estava atônito e comentou com sua mãe que não entendia como uma criança de 10 anos conseguiu sobreviver após ter ingerido quase o vidro todo de veneno. Na terapia, seu mentor espiritual lhe esclareceu que, desta vez, na existência atual, sua vida fora poupada pela espiritualidade para que ela tivesse a chance de corrigir os sucessivos erros que veio praticando faz várias encarnações. Sem dúvida alguma, esse é um caso clássico de um espírito suicida.

A maioria de meus pacientes não imaginava que muitos de seus conflitos, problemas de sua vida presente, são situações bastante antigas, que vêm se arrastando, ou seja, repetindo em várias encarnações. Mas, ao se conscientizar de seus erros, após a regressão de memória, saem do vitimismo e param de culpar, de responsabilizar à vida e às pessoas pelo seu infortúnio e mazelas.

É o caso também de um paciente que veio a entender na regressão de memória, que sua mãe da vida atual o rejeitava porque numa vida passada ele fez o mesmo com ela, só que em papéis trocados (ele que era o pai dela).
Sendo assim, a rejeição que hoje estava sofrendo na própria pele pela sua mãe era fruto da Lei do retorno, uma das Leis Universais (tudo o que fazemos retorna para nós na mesma proporção).

Veio a compreender que família não é meramente um agrupamento casual de pessoas, mas sim de espíritos afins, ligados carmicamente.
Com a regressão de memória, compreendeu também que o que parecia nefasto, que o fazia sofrer, na verdade, era uma oportunidade, uma lição benéfica à sua evolução espiritual.

Nessa terapia, a TRE, é sempre o mentor espiritual de cada paciente que conduz a regressão de memória, pois o conhece profundamente. Portanto, é a pessoa mais gabaritada, com mais autoridade para falar a respeito da vida do paciente.
Como terapeuta, busco auxiliar nessa terapia como facilitador da abertura de comunicação entre o paciente e o seu mentor espiritual, para que este possa orientá-lo melhor acerca da causa de seus problemas e sua resolução. Colaboro, portanto, criando todas as condições técnicas necessárias fazendo o paciente entrar num estado de relaxamento adequado, ou seja, em estado alterado de consciência (alfa ou theta), porém, sempre consciente, para que o seu mentor espiritual o faça regredir ao passado e se desligue definitivamente de suas amarras (bloqueios), causadores de suas fobias, síndrome do pânico, depressão, ansiedade, problemas de saúde, relacionamento interpessoal, etc..

Caso Clínico:
Síndrome do Pânico
Mulher de 30 anos, casada.

Paciente veio ao meu consultório querendo entender por que desde os 13 anos sofria de síndrome do pânico e depressão. Apesar de tomar antidepressivo e ansiolítico há cinco anos, não conseguia se libertar desses problemas.

Sofria também de TOC (Transtorno obsessivo compulsivo) e, por conta de sua excessiva ansiedade, chegava a arrancar a pele da mão até sangrar. Queria entender também por que tinha uma dependência tão forte pela mãe, pois tinha muito medo de perdê-la. Só de pensar nessa possibilidade, sentia uma angústia e um aperto muito grande no peito.

Era uma pessoa muito insegura, tinha medo de tomar decisões e vir a errar, principalmente no trabalho. Em vista disso, seu lado profissional não deslanchava, estava emperrado (mandava currículos, pois queria arrumar outro emprego, mas quando era chamada para a entrevista, não se saia bem por conta de seu nervosismo e ansiedade extremados).
Não conseguia também dormir no escuro, porque quando ficava sozinha tinha a impressão de ter alguém a observando (era comum no banho ter a impressão de ter alguém atrás do Box).

Após passar pela 1ª sessão de regressão (a paciente não conseguiu regredir em função do excesso de ansiedade e nervosismo), na 2ª sessão, ela me relatou: "Estou sentindo um gelo grande no meu antebraço direito (sensação física que ocorre com frequência nessa terapia, por causa de uma presença espiritual das trevas, que é um lugar muito frio, escuro, fétido, denso e de sofrimento).
Vem um pensamento de que esse trabalho é uma "besteira" (nesta terapia, a comunicação com os espíritos se dá de forma intuitiva, ou seja, em pensamento, telepaticamente. Sendo assim, o espírito obsessor -desafeto do paciente- costuma sabotar, prejudicar a terapia desqualificando-a, dizendo, ou melhor, intuindo o paciente de que essa terapia é uma besteira, bobagem)".

- Pergunte a esse ser espiritual o que ele sente por você?
"Minha mão esquerda está gelada, sinto ondas de frio (paciente sente o campo de energia do obsessor).
Vêm à mente as palavras raiva e morte (pela falta de habilidade da paciente, é comum também as palavras virem à sua mente de forma solta, isolada)".

- Pergunte o que você fez para ele no passado?
"Vem que o maltratei. Está meio confuso... Vem também que o joguei ao mar... (pausa).
Agora as duas mãos estão geladas e o meu braço direito também... Tenho a impressão que tem alguém do meu lado direito (paciente estava deitada no divã e, embora não o visse, estava sentindo, intuindo a presença desse ser no consultório)".

- Qual a impressão que você tem desse ser espiritual, é um homem ou mulher?
"É uma mulher, sinto que é uma presença feminina (nesta terapia, o paciente precisa usar e confiar muito em sua intuição, pois muita coisa não irá ver). (pausa).
Veio à mente a imagem do mar e de um navio... Veio novamente a palavra "besteira".

- Pergunte a essa mulher que ligação havia entre vocês no passado?
"Ela falou que era minha mãe, que eu era filho dela. Nossa, sinto uma sensação bem gelada em meu braço direito!"

- Pergunte há quanto tempo ela vem te acompanhando...
"Ela responde que há 15 anos, e que a fiz sofrer, que a derrubei do navio porque não gostava dela, sentia ódio".

- Você quer dizer algo para ela?
"Eu peço que me perdoe por ter tirado sua vida (paciente fala chorando). Quero que ela encontre o caminho da luz, que saia dessa escuridão. Sinto, embora não veja, que ela está num buraco profundo e bem escuro. (pausa).
Ela está desesperada, puxando o meu braço, querendo ajuda. Fala que não tem forças para sair desse buraco, um lugar muito escuro, feio e gelado (paciente chora copiosamente)".

- Fale que você irá orar para que ela tenha forças para sair desse lugar.
"Mãe, vou orar para que você saia dessa escuridão! (paciente fala chorando)".
No final da sessão, entreguei à paciente a oração do perdão e pedi para que orasse de coração aberto.
Na 3ª e última sessão, a paciente me relatou: "Ainda sinto aquele gelo no braço direito, mas bem mais fraco"

- Pergunte à sua mãe dessa vida passada se está recebendo suas preces?
"Diz que sim, e que está se sentindo bem melhor".

- Pergunte se ela quer receber ajuda dos seres de luz para sair desse buraco...
"Não veio nenhuma resposta. Vou perguntar novamente. (pausa).
Vem a resposta que sim, e sinto vontade de chorar. Peço para me perdoar pelo que fiz para ela poder sair desse buraco e seguir o caminho da luz (paciente fala chorando). (pausa).
Vem agora na minha mente a frase: "Você precisa ficar calma, que tudo vai se resolver. Sua mãe vai encontrar o caminho da luz, mas você precisa ter calma, que tudo se resolverá".

- Veja quem é esse ser espiritual que conversa com você, pede para ele se identificar...
"Diz que o nome dela é Sandra, e que é a minha mentora espiritual. Fala serenamente: Calma, minha filha!"

- Pergunte à sua mentora espiritual por que você desenvolveu a síndrome do pânico e depressão desde os 13 anos...
"Ela responde que é porque tirei a vida de minha mãe dessa vida passada e, por conta disso, precisei resgatar esse débito na encarnação atual".

- Pergunte-lhe de onde vem a sua ansiedade e TOC?
"Como você maltratou sua mãe, traz esse sentimento de culpa. É uma autopunição", ela me respondeu.

- Pergunte de onde vem seu medo de perder sua mãe de hoje...
"Ela diz que vem também dessa vida passada, pois carrego ainda muita culpa, tristeza e insegurança (é o mecanismo compensador do inconsciente da paciente atuando, ou seja, como era muito arrogante, prepotente, auto-suficiente nessa vida passada, mas por conta do erro cometido tirando a vida de sua mãe, a culpa fez com que na encarnação atual viesse muito insegura, com muito medo de errar novamente).
A minha mentora espiritual diz ainda que a joguei no mar e fiquei olhando-a se afogar. Fala que fiz isso porque a gente brigava muito, não gostava dela porque era simples, e queria uma vida de glamour, de bens materiais. Era, portanto, muito materialista e ganancioso.
Devido à minha prepotência e ganância desmedida dessa vida passada, é por isso que hoje estou nessa situação profissional, ou seja, preciso aprender a valorizar mais o lado humano, aprofundando mais o amor ao próximo.
Ela me conforta dizendo que a minha mãe não vai ficar muito tempo nesse buraco, mas que preciso continuar orando por ela. É uma questão de tempo. Fala que na hora certa vou saber, que vai me mostrar em sonho quando ela sair desse buraco.

Revela também que a síndrome do pânico que sinto hoje é fruto do desespero, medo e angústia que a minha mãe sentiu ao morrer se afogando no mar. Por isso, vim na encarnação atual para resgatar o carma do que fiz para ela nessa vida passada, desenvolvendo os sintomas dessa doença.

Na parte profissional, preciso me esforçar, estudar bastante, pois aos poucos os caminhos irão se abrir. Pede novamente calma, paciência e fé, que são lições que preciso aprender na vida presente.
Diz que foi muito bom eu ter vindo a essa terapia, e que daqui para frente minha vida vai melhorar bastante, mas reitera novamente para ter paciência, continuar com as orações que a minha mãe sairá da escuridão. Diz que não há mais necessidade de continuar com a terapia, e pede para agradecer ao senhor pelo seu trabalho que tem ajudado muita gente. Fala para eu ficar em paz, que tudo se resolverá ao seu tempo".

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Eu quero paz, e você?



:: Rosemeire Zago ::

Infelizmente, o começo do ano começou com muitas tragédias, e a cada dia temos conhecimento de outra e mais outra, atingindo nossos corações através dos noticiários e das vivências de muitos. É um momento de dor, impotência? Ou resultado da falta de atitude de uma maioria com nossa grande Mãe Terra? Com certeza, é um momento de reflexão para muitos de nós, que mesmo ainda não sendo atingidos diretamente por tamanha violência, todos estamos sujeitos às suas consequências. A Terra não estará dando um sonoro grito de socorro?

Nesse momento de reflexão, penso no sofrimento não só das pessoas atingidas por tudo que está acontecendo, mas também daquelas que não estão sendo vítimas de tais tragédias, mas vivem intensos sofrimentos dentro de seus próprios lares, dentro de seus próprios corações.
Questiono o motivo que levam pessoas, ainda que estejam distantes de toda essa destruição desproporcional, trazer para dentro de suas casas essa mesma destruição em seus relacionamentos, em forma de palavras, atitudes, gestos e que, na verdade, muitas vezes refletem seu próprio mundo interior. Muitas dessas pessoas são as que falam que é preciso ter paz, que condenam a guerra, violência, mas não percebem que vivem uma guerra diária consigo mesmas e com aqueles que convivem.

Será que não basta tudo que vivemos nesse mundo doente? Ou será que o mundo está doente como reflexo de pessoas igualmente doentes e que nem se dão conta disso? Será que cada um que pede paz está em harmonia com sua família e principalmente, consigo mesmo? Como ouvi certa vez: "se levo um tapa todos os dias do meu pai, qual o problema se eu fizer o mesmo com outra pessoa?"

A violência é gerada por muitos motivos: busca do poder, dinheiro, interesses políticos, pessoais, enfim, os interesses são muitos, mas geralmente é uma tentativa de liberar uma dor, se vingar, ou até mesmo se defender, ainda que por meios nada convincentes. Quando se agride alguém, é uma forma primitiva, mas real, de dizer: "fui agredido e por isso também me vejo no direito de fazer o mesmo".

Esse processo pode acontecer sem que a pessoa tenha consciência disso e também como resposta a algo que aconteceu há muito tempo. A agressividade é um gesto desesperado para expressar dor, angústia ou preocupações com situações da qual não se vê saída. Mas, e nós, que sequer participamos ou concordamos com tamanhas atrocidades, o que podemos fazer?
Afinal, por que a violência acontece? A história de muitos começa no início da vida, com os próprios pais, que vistos como exemplo do que é certo, muitas vezes impõem o respeito a seus filhos usando de todos os meios, batem, são agressivos, violentos, agridem com palavras, atitudes, e ainda, são impunes. E, assim, a violência muitas vezes começa na infância, dentro de casa, e vai se intensificando com o passar dos anos, com os brinquedos e jogos, comprados pelos próprios pais.

O ato de bater, agredir alguém, para muitos acaba sendo demonstração de poder, superioridade, independência, controle, ainda que totalmente errada, mas talvez a maneira com que aprendeu. Em contrapartida, muitos também agridem em resposta, como forma de defesa, por se sentirem agredidos em alguma época de suas vidas, ainda que já muito distante.

A violência, portanto, caracteriza uma insatisfação consigo mesmo tão profunda que faz muitos agredirem aos outros, numa tentativa insana de aliviar a própria dor sentida quem sabe há muitos anos e se perpetua. Há tantas formas de se comunicar com o outro, por que a necessidade de ferir tão profundamente alguém? Será uma demonstração fiel de como se sentiu tratado durante a vida? Ou ainda, como na verdade de trata? A agressividade contra os outros seria apenas o reflexo de uma agressividade contra si mesmo? Pode ser algumas das respostas.

O que sabemos é que não há desculpa nem justificativa para a agressividade cometida de todas as formas, seja por gestos, palavras, ou até pela indiferença. Agir de modo instintivo, como os animais agem, mas por sua própria natureza, nos faz semelhantes e não diferentes, e isso é, no mínimo, lamentável.

Sendo assim, o Homem, aos poucos, está perdendo por si mesmo seu direito de ser chamado de ser humano, e quantos animais não são muito mais humanos? Ou quem sabe mais sensíveis e capazes de doar amor quando o próprio ser humano se mostra incapaz?
Ao reprimirmos tantas injustiças, decepções, e tudo o mais que sentimos, acabamos tendo como reflexo uma sociedade com agressividade exacerbada, e o pior, inconsciente de sua própria doença, o que torna mais difícil a busca por sua cura.

Falarmos de paz sem promovê-la dentro de nós mesmos, torna qualquer ação improdutiva. Assim, nos tornamos vítimas da violência, ainda que distantes, porque em muitos casos, ela acontece muito mais perto do que as imagens que estão entrando dentro de nossas casas todos os dias, pois muitas vezes ela acontece dentro de cada um. Quantas são as pessoas que tratam não apenas os outros com agressividade, mas também a si mesmas? Quantas são as pessoas que são seus piores inimigos? Sempre se maltratando, se criticando, se desconsiderando, por não acreditarem em seu real valor? Infelizmente são muitas! Tudo que está acontecendo neste momento pode ser como um alerta para tornar algumas pessoas um pouco mais conscientes de seus próprios comportamentos e que percebam que é possível viver em paz se permitirem sentir essa paz dentro de si mesmas. Quando as pessoas forem capazes de sentir sua dor, conscientes do sentimento que estão sentindo sem negá-la, irão se sentir mais aliviadas e serão menos violentas ou agressivas. Essa transformação é lenta e deve ter como base o amor para criar a verdadeira paz. Mas, essa harmonia deve começar primeiro dentro de cada família, de cada ser humano, para depois, sim, refletir no mundo, pois só quando o Homem for capaz de enfrentar a si mesmo e sentir paz dentro de seu próprio coração, o mundo terá paz. Ainda que cada um de nós sejamos apenas um nesse Universo repleto de violência e maldade, onde o poder e a força dos mais fortes impera, busquemos pela paz ainda que seja dentro de nosso pequeno coração, entre as pessoas que amamos, com a esperança que essa energia se fortaleça e cresça, contagiando todos aqueles que estão de uma maneira ou de outras distantes da luz e da paz tão almejada, pois afinal Somos Todos Um.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Ofurô


Ofurô, literalmente, “O sublime lugar do calor”.

Contam as antigas escrituras Japonesas que graduados Monges Zen, quando construíam Monastérios (século XII), primeiro montavam uma sala de meditação com um Ofurô anexo, para depois dar inicio a construção do prédio principal.

Os Samurais (Século IX ao XIX), bravos guerreiros com seus rígidos códigos de Honra, adotaram a filosofia Zen para manterem um autocontrole da mente mesmo sob combates mortais. A prática do Zen incluía entre outras coisas o banho de Ofurô para uma purificação mental.

No Japão de hoje, onde existe um grande respeito por suas tradições seculares, o costume do banho de Ofurô, ainda é uma atividade familiar diária. Na forma tradicional, o banho de ofurô é de uso coletivo e tem mais função de higiene mental do que de limpeza física. Para que a água possa ser compartilhada por todos da família sem a necessidade de trocá-la, a higiene física, deve ser feita fora do ofurô.

O ato de lavar-se e enxaguar-se têm uma seqüência ritualística, e é feito num espaço em frente ao ofurô sobre um estrado de madeira. Inicia-se molhando o corpo com água retirada do ofurô com um balde de madeira, tornando-o sobre a cabeça. Depois de todo ensaboado, sentado em uma banqueta de madeira, torna-se mais água do ofurô sobre o corpo até retirar todo resíduo de espuma, para então entrar no ofurô e deleitar-se da água limpa e bem quente, acima de 40ºC.

A estética Zen - O uso popular da madeira na arquitetura Japonesa, tem como base o conceito Zen da simplicidade estética. Simplicidade como expressão visual é o resultado da eliminação continua de supérfluos, na redução da forma, espaço, motivos, funções, e materiais, para um mínimo necessário de modo a cumprir com o propósito da existência. Nenhum artificialismo ou sofisticação deve esconder a verdadeira essência do material e suas propriedades naturais. A reação emocional será imediata e profunda.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

eu te amo


Com o tempo em que venho praticando o Ho'oponopono ficou natural, diante de qualquer situação, falar imediatamente as frases... Sinto muito! Me perdoe! Te Amo! Sou grata!
Todas esta frases... ou somente "Eu Te Amo"! Sem precisar fazer o pedido, porque dentro de mim, esse caminho já ficou conhecido e automaticamente já assumo 100% de responsabilidade, sabendo que aquilo que aparece fora é só uma memória equivocada sendo repetida e que o caminho até a Divindade se dá pela criança interior.
Acredito tratar-se de uma transição natural que acontece com todo mundo durante o processo. Claro que não tem nenhuma regra fixa e às vezes faço o pedido... o importante é que funciona. Sempre funcionou desde o inicio...

Estava lendo o livro "Limite Zero" de Joe Vitale e do Dr. Len, que já está disponível em português, e eu estava bem na parte em que o Dr. Len explica:
"Os problemas são memórias que estão sendo reencenadas... As memórias são programas. Elas não são apenas suas. São compartilhadas. A maneira de liberar a memória é enviando Amor para a Divindade. Esta escuta e responde, mas da maneira que é melhor para todos, no momento certo para vocês. Vocês escolhem, mas não decidem. Quem decide é a Divindade".

Então resolvi experimentar, por alguns dias, a Amar tudo, enviando Amor para a Divindade... para todos que cruzassem meu caminho... em qualquer situação e falando o dia inteiro "Eu Te Amo!" para a Divindade.

Fiz isso... e a princípio, como muitas pessoas falam no livro, a frase pode parecer vazia de sentimento, mas aos poucos nosso coração vai se aquecendo e começamos a sentir mais esse amor fluindo.
No segundo dia dessa prática, tive que ir renovar meu passaporte e quando passava por uma rua muito movimentada... uma moto me assustou ao passar bem próxima ao meu carro, bem do meu lado... mas imediatamente pensei Eu te Amo!
Vi que isso dissolveu qualquer medo ou julgamento que antes eu poderia ter tido diante da mesma situação.
E assim continuei durante todo o percurso. Quando cheguei no local escolhi uma cadeira na última fileira e na mesma hora percebi que uma mulher virou a cabeça e me olhou... Continuava falando Eu te Amo! E enviando Amor...
A mulher continuava me olhando insistentemente, mas... Eu Te Amo! Eu te Amo! Eu te Amo... foi o bastante para dissolver qualquer incomodo ou julgamento que pudesse vir daquela situação.
Ela me olhando não era bom nem ruim e percebi que podia amar aquela mulher assim como ela era...

Como estava perto da porta, começou um vento frio nas minhas costas... e imediatamente enviei Amor, sempre falando "Eu Te Amo!" para a Divindade...
Antes eu procuraria uma outra cadeira porque tinha uma crença que o "vento nas costas me faz ficar resfriada"... Continuei ali e passei até a gostar da sensação gerada por aquele vento. E depois constatei que não fiquei resfriada e nem com o nariz entupido.

Na volta para casa, enquanto passava por um local de muitos prédios e super movimentado me surpreendi quando, naturalmente, meu rosto se voltou para a direita e meus olhos pararam em uma roseira com lindas rosas cor de rosa. Nunca esperei que ali entre tantos prédios comerciais, uma casinha pequena e simpática ainda pudesse sobreviver e ter no seu jardim rosas tão lindas.
Mais a frente virei para o outro lado da rua e olhei direto para um lindo arco-íris estampado em um cartaz...
Continuei dirigindo e falando "Eu Te Amo!" e fui percebendo como meu olhar só era atraído por coisas que me tocavam o coração... uma borboleta laranja... uma arvorezinha muito encantada!
Comecei a observar para onde meu olhar era guiado e a me surpreender cada vez mais ao perceber que sempre ali existira algo que me fazia sentir bem...

Na ida encontrei situações às quais antes reagiria automaticamente com medo ou algum julgamento equivocado... e pude constatar como... quando falamos "Eu te Amo!" como primeira coisa diante de qualquer situação, isso nos afasta de uma reação baseada em memórias repetidas. Se persistirmos enviando Amor, fica bem fácil identificarmos que ali está uma pessoa que compartilha memórias equivocadas conosco e que o "Eu te Amo!" faz a limpeza... e o que poderia se transformar em um problema se dissolve naturalmente.

Veio-me à cabeça o mandamento de Jesus: "Amai-vos uns aos outros como Eu vos amei".
Ele nos Amou como a Divindade ama... Quando o Ho'oponopono nos ensina a falar "Eu Te Amo!" para a Divindade, entendo que estamos falando "Eu te Amo" para Todos, porque nesse nível não existe separação.
Mas não importa o entendimento em nível racional e sim a mudança que ocorre nas nossas vidas e a certeza que a Divindade passa a nos inspirar.

Eu Te Amo!

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

A ARTE DE NÃO ADOECER

Dr. Dráuzio Varella



Se não quiser adoecer – “Fale de seus sentimentos”



Emoções e sentimentos que são escondidos, reprimidos, acabam em doenças como: gastrite, úlcera, dores lombares, dor na coluna. Com o tempo a repressão dos sentimentos degenera até em câncer. Então, vamos desabafar, confidenciar, partilhar nossa intimidade, nossos segredos, nossos pecados. O diálogo, a fala, a palavra, é um poderoso remédio e excelente terapia.



Se não quiser adoecer – “Tome decisão”



A pessoa indecisa permanece na dúvida, na ansiedade, na angústia. A indecisão acumula problemas, preocupações, agressões. A história humana é feita de decisões. Para decidir é preciso saber renunciar, saber perder vantagem e valores para ganhar outros. As pessoas indecisas são vítimas de doenças nervosas, gástricas e problemas de pele.



Se não quiser adoecer – “Busque soluções”



Pessoas negativas não enxergam soluções e aumentam os problemas. Preferem a lamentação, a murmuração, o pessimismo. Melhor é acender o fósforo que lamentar a escuridão. Pequena é a abelha, mas produz o que de mais doce existe. Somos o que pensamos. O pensamento negativo gera energia negativa que se transforma em doença.



Se não quiser adoecer – “Não viva de aparências”



Quem esconde a realidade finge, faz pose, quer sempre dar a impressão que está bem, quer mostrar-se perfeito, bonzinho etc. está acumulando toneladas de peso ... uma estátua de bronze, mas com pés de barro.

Nada pior para a saúde que viver de aparências e fachadas. São pessoas com muito verniz e pouca raiz. Seu destino é a farmácia, o hospital, a dor.



Se não quiser adoecer – “Aceite-se”



A rejeição de si próprio, a ausência de auto-estima, faz com que sejamos algozes de nós mesmos. Ser eu mesmo é o núcleo de uma vida saudável. Os que não se aceitam são invejosos, ciumentos, imitadores, competitivos, destruidores. Aceitar-se, aceitar ser aceito, aceitar as críticas, é sabedoria, bom senso e terapia.



Se não quiser adoecer – “Confie”



Quem não confia, não se comunica, não se abre, não se relaciona, não cria liames profundos, não sabe fazer amizades verdadeiras. Sem confiança, não há relacionamento. A desconfiança é falta de fé em si, nos outros e em Deus.





Se não quiser adoecer – “Não viva sempre triste”



O bom humor, a risada, o lazer, a alegria, recuperam a saúde e trazem vida longa. A pessoa alegre tem o dom de alegrar o ambiente em que vive. “O bom humor nos salva das mãos do doutor”. Alegria é saúde e terapia.

sábado, 3 de outubro de 2009

saber receber



:: Bel Cesar ::

Há um ponto da prática de Meditação Autocura Tântrica Ngal So, elaborada por Lama Gangchen Rinpoche, no qual nos visualizamos com a Jóia que Realiza Todos os Desejos, na palma de nossa mão direita. Emanando luzes para todos os seres vivos, visualizamos que todas as suas necessidades e aspirações serão realizadas, sejam elas mundanas ou não. Faça esta experiência. Por um momento usufrua desta possibilidade. O que você sente?

O objetivo desta visualização é manifestarmos nosso potencial latente de uma mente equânime, capaz de oferecer abundância a todos sem qualquer distinção - como o Sol que irradia sua luz sem qualquer preconceito ou favoritismo. Afinal, sabemos que todos precisam da essência da energia espiritual de cura.

Levar nossa mente a este estado de tamanha generosidade e prosperidade nos faz sentirmos ricos, generosos e satisfeitos por estarmos conectados a todos positivamente. Mas, por que cultivamos tão pouco este estado mental se ele nos faz tão bem?

Porque nos parece irreal, fantasioso, arrogante e pretensioso. É interessante notar que enquanto visualizamos "todos os seres" de forma generalizada, tais sentimentos não surgem inicialmente. Mas, no momento em que aproximamos nossa intenção de desejar felicidade à imagem de rostos familiares, algo em nós naturalmente se contrai ou se expande. Quando ativamos nossa memória emocional, facilmente passamos a distinguir entre as pessoas que consideramos amigas, inimigas e as que nos são indiferentes. Desta forma, surgem naturalmente nossos bloqueios e padrões negativos de relacionamento: a desconfiança para receber, a resistência para oferecer e a necessidade compulsiva de dar.

Não é o suficiente saber racionalmente que todos querem ser igualmente felizes para desenvolvermos a sabedoria da equanimidade. Temos que fazer um trabalho interior a fazer para nos desenvolvermos emocionalmente. Precisamos superar a auto-imagem carente, que se sente ao mesmo tempo devedora de algo que nem sabemos bem o que é.

Sentimentos primários de inadequação e insuficiência nos paralisam. À medida que nos sentimos participantes de uma dinâmica fértil de dar e receber, começamos a mudar nossa maneira de nos relacionar. Então, gradualmente, nos tornamos menos resistentes frente ao outro e começamos a sentir a conexão, a afinidade e o calor humano imprescindíveis para o desenvolvimento espiritual.

Em nossa sociedade capitalista, valoriza-se mais ser autônomo e eficiente do que ser humilde e condescendente em prol da harmonia grupal. Desde crianças, somos mais estimulados a agir de forma independente do que a pensar na necessidade do todo. Somos elogiados quando aprendemos a nos virar sozinhos e a não depender da ajuda alheia. Ao mesmo tempo, somos bombardeados pela premissa de que é dando que se recebe. Conclusão: receber é conseqüência ou coisa de quem está necessitado, está dependente e, portanto, é fraco.

Em outras palavras, enquanto dar leva-nos a nos sentirmos prósperos, receber é um sentimento estranho que não sabemos bem onde encaixar: parece que ele atiça com vara curta nosso orgulho e põe em cheque nossa auto-imagem sobre sermos ou não merecedores.

Por exemplo, ficamos felizes quando recebemos apoio incondicional, elogios e presentes ou somos simplesmente convidados e nos deixamos ser servidos. Sabemos intuitivamente que assim também deixamos felizes aqueles que nos oferecem algo. Mas, quando estas vivências se prolongam mais do que nossa capacidade natural de receber, começamos a nos sentir incomodados. Sem nos darmos conta, a memória condicionada pela idéia de que aquele que recebe é o mais frágil e dependente começa a vir à tona. Isso ocorre porque, em geral, prestamos mais atenção naquilo que não estamos conseguindo do que naquilo que estamos realizando.

Para superar esta armadilha, temos que mudar a lógica capitalista que permeia nosso modo de ver a vida. Por exemplo, vendo os relacionamentos como quem faz bons negócios quando só se leva vantagem ou barganhando atenção porque já investiu mais do que o outro na relação.

Negociar a vida nos faz mais pobres, emocional e espiritualmente. Pois no mundo dos negócios a competição não inclui acordos de bem comum, e muito menos reconhece o poder da equanimidade. No entanto, aqueles que desenvolveram esta sabedoria sabem que estamos todos no mesmo barco e, portanto, enriquecer os outros é garantia de sua própria riqueza.

Aquele que leva a vida como um negócio só pensa em levar vantagens, por isso vive se perguntando: "E o que eu ganho com isso?" Para ele, a troca deve ser imediata.

Se quisermos superar a influência capitalista em nosso modo de levar a vida, teremos que abandonar o fluxo de caixa momentâneo baseado no ter para olhar mais de modo mais amplo. Enquanto estivermos condicionados à idéia de que precisamos ter algo para poder consumir a vida - bens materiais, amigos e até uma boa imagem - deixaremos de ser. Nada nos adianta ter e não conseguirmos ser! Só quando deixamos de barganhar com vida e relaxamos no bem-estar de sermos quem somos é que passamos a ter o prazer de co-criar.

Para concluir, segue um bom conselho recebido outro dia de Lama Michel: "O melhor é ter objetivos altos e expectativas baixas!"